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A Teoria Polivagal e a arte da conexão.

  • Foto do escritor: Cláudia Casavecchia
    Cláudia Casavecchia
  • 18 de ago.
  • 2 min de leitura

“A Teoria Polivagal é a ciência de se sentir seguro o suficiente para se apaixonar pela vida e correr os riscos de viver.” Deb Dana


A Teoria Polivagal foi desenvolvida na década de 1990, por Dr. Stephen Porges, e explica a ciência da conexão. Uma das grandes parceiras de Porges, Deb Dana, responsável por traduzir tal ciência à aplicação clínica, inicia sua obra afirmando que fomos configurados para nos conectar. Ela acrescenta que “nossos sistemas nervosos são estruturas sociais que encontram equilíbrio e estabilidade no relacionamento com os outros e nossa biologia molda a maneira como navegamos pela vida, pelo amor e pelo trabalho.” (2025,p.2).

 

Nas palavras da autora: “o sistema nervoso autônomo humano evoluiu ao longo de muitos milênios e baseia-se em um design universal que serve como denominador comum em toda a experiência humana. Chamado de autônomo como referência à maneira autônoma e automática com que funciona, esse sistema regula órgãos internos e processos corporais, incluindo batimentos cardíacos, ritmos respiratórios, pressão arterial, digestão e metabolismo. O papel do sistema nervoso autônomo é armazenar, conservar e liberar energia para nos ajudar a transitar com segurança por nossas vidas diariamente.” Nesse sentido, termos como neurocepção, hierarquia, simpático, vagal ventral e dorsal são amplamente utilizados e podemos relacioná-los da seguinte maneira:

 

  • Estou seguro, conectado ou regulado: vagal ventral.

  • Estou mobilizado, ativado, estado de luta ou fuga: simpático.

  • Estou desconectado, fechado ou desmoronado: dorsal.


Ao olharmos para cada indivíduo pelas lentes do sistema nervoso, entendemos que estamos todos buscando um estado de ancoragem, que nos gera a base necessária para estabelecermos uma conexão conosco, com o outro, com a sociedade e com o transcendente. Todavia, quando o funcionamento de nossa fisiologia é misterioso, nos sentimos à mercê de experiências desconhecidas e amedrontadoras. Por isso, ao compreender como nosso sistema funciona, podemos trabalhar com ele, tornando-nos operadores ativos desse potente funcionamento.

 

“Um sistema nervoso regulado é fundamental para se navegar pelo mundo com uma sensação de segurança e tranquilidade”. Ao longo de nossas experiências, enfrentamos desafios menores e maiores, vivenciamos traumas diversos e, independentemente da intensidade da repercussão que tudo isso nos gera, entender como nosso sistema nervoso funciona é o meio para encontrarmos o caminho de volta à regulação (2025, p. 2).

 

 Ao resgatarmos o diálogo com os sinais corporais, amparados pelo conhecimento desse fantástico conhecimento, obteremos habilidades para seguir, a cada momento, o fluxo entre ação, afastamento e conexão. Dessa maneira, poderemos responder com flexibilidade, tranquilidade e autenticidade aos desafios ordinários e extraordinários que se apresentam a cada dia. Nesse reencontro com nossos sinais mais instintivos, que buscam simplesmente nos manter íntegros e seguros, cada percepção abre portas para uma exploração mais profunda e ampla, que transforma o conhecimento teórico em uma vivência incorporada.


"As âncoras são essenciais para permanecermos seguros em resposta a condições mutáveis. Uma âncora fica cravada no fundo do oceano, com corda suficiente entre si e o barco para mantê-lo seguro em um lugar, mas com margem de manobra para se mover em resposta às mudanças no mar e no vento. A segurança vem com uma âncora firmemente instalada e a quantidade certa de corda. Quando estamos ancorados, temos a sensação de termos base com segurança para podermos nos aventurar sem ficar à deriva".


Cláudia Casavecchia

DANA, Deb. Ancorado. São Paulo: Alaúde, 2025.


 
 
 

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