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O Mago e a Sacerdotisa: princípios Yin e Yang.

  • Foto do escritor: Cláudia Casavecchia
    Cláudia Casavecchia
  • 6 de mai.
  • 3 min de leitura

 

Nos mitos e contos, o herói geralmente conta com dois pais: os terrenos e os espirituais. Nesse caso, o mago e a sacerdotisa, representam os pais do espírito. O mago seria o princípio masculino e a sacerdotisa o princípio feminino que constituem cada ser humano. Essa dualidade que o conduz ao conhecimento, se mostra de duas formas: o caminho mágico e o caminho místico, correspondendo às duas possibilidades de encarar a natureza: interferindo ou adaptando-se.


Para Banzhaf, “o caminho do mago é percorrido pelo homem com índole de Fausto que, em sua busca de conhecimento, pesquisa e penetra a natureza, descobre seus segredos a fim de compreendê-los e, em última análise, dominá-los. Trata-se sobretudo pelo caminho que foi percorrido pelo homem ocidental, que trouxe ao atual estilo de vida a benção e a maldição da técnica”.


A Carta do Mago no Tarot representa o princípio da manifestação consciente, a ponte entre o espírito e a matéria. Ele é o arquétipo do iniciado, do alquimista interior que, com seus quatro elementos (espada, taça, bastão e moeda), domina as ferramentas da criação. O Mago simboliza o poder da vontade, da escolha e da palavra criadora — ele transforma ideias em realidade. Sua postura, com uma mão apontando para o céu e outra para a terra, evoca a fórmula hermética “assim em cima como embaixo”, indicando a capacidade de canalizar forças superiores para transformar o mundo ao seu redor.

 

Na Psicologia Analítica de Carl Jung, o Mago pode ser visto como uma manifestação do arquétipo do Self ou do Velho Sábio, funcionando como um mediador entre o inconsciente e o consciente. Ele representa o potencial de individuação, o processo de integração da psique, onde a consciência aprende a dialogar com seus conteúdos simbólicos e inconscientes. O Mago, nesse contexto, ativa a função transcendente: a capacidade da psique de produzir símbolos vivos que guiam a alma em direção ao seu centro verdadeiro. Ele não é apenas o manipulador das forças externas, mas o guia interno que desperta o poder criador e curador que habita dentro de cada ser.


Assim, a energia do Mago se volta para um caminho ativo, de poder exterior. Já a sacerdotisa, indica o caminho interior, representando a arte da receptividade e da entrega. O autor pontua que o Mago busca e a Sacerdotisa deixa acontecer e se deixa encontrar. Cabe lembrar que nenhum desses polos é superior ao outro e ambos pedem moderação. Se houver um equilíbrio entre essas duas atitudes, o caminho será percorrido de modo adequado.


O arquétipo que rege a figura do mago é o da maestria. Suas tarefas são: desenvolver a autoconfiança, tomar a iniciativa, autorrealizar-se, realizar objetivos na Terra, encarando as tarefas. O risco que a polaridade negativa desse símbolo carrega é a mania de grandeza, fantasias de onipotência e o charlatanismo.

             

Trata-se de uma força valiosa, na direção de objetivos elevados, representando o princípio ativo e criativo do homem. Na carta, sua mesa representa o âmbito da realidade terrena. Portanto, o Mago deve cumprir as tarefas que veio realizar na Terra, com inteligência, habilidade, vontade e força para desenvolver tudo o que lhe foi imposto pela vida e assim, se aprimorar.


Um exemplo de manifestação do arquétipo do Mago em sonhos pode ser a figura de um ancião sábio, um xamã, alquimista ou professor misterioso que aparece para oferecer um ensinamento, um objeto simbólico (como um livro, uma chave, uma pedra), ou indicar um caminho a seguir. Esse personagem costuma surgir em momentos de transição interior, quando a psique está pronta para integrar novos aspectos de si mesma ou superar um bloqueio profundo.

 

No cotidiano, o Mago pode se manifestar como uma intuição súbita e transformadora, uma ideia criativa que surge "do nada", ou até na figura de um terapeuta, mestre ou guia que ajuda a pessoa a enxergar além das aparências e acessar sua verdade interior. Também pode aparecer quando alguém sente um chamado forte a estudar símbolos, espiritualidade, alquimia, cura ou práticas de autoconhecimento — tudo isso são expressões do Mago agindo dentro da psique.

 

Cláudia Casavecchia

Referência: O Tarô e a Jornada do Herói, Banzhaf. Pensamento, 2023.

 
 
 

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