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O trauma e a integração dos instintos

  • Foto do escritor: Cláudia Casavecchia
    Cláudia Casavecchia
  • 6 de mai.
  • 2 min de leitura

Pode ser difícil reconhecer o estado de traumatização de uma pessoa, seja ela um bebê, uma criança, um adolescente ou adulto, uma vez que não temos como defini-lo com precisão. A definição oficial, utilizada por psiquiatras e psicólogos é que o trauma é causado “por um acontecimento estressante, que está fora da experiência humana usual e que seria marcantemente perturbador para qualquer pessoa”. Para Peter Levine, entretanto, esse preceito pode ser útil como um ponto de partida, mas, como podemos definir o que está fora da amplitude da experiência humana usual, para qualquer pessoa?


Há um fato, dentro da perspectiva do trauma: sua cura depende do reconhecimento dos seus sintomas. (LEVINE, 1999). Tais sintomas não são fáceis de serem reconhecidos, pois em grande medida, são resultados de respostas primitivas. Os efeitos do trauma, uma vez instalados, repercutem até que tomemos consciência do que está havendo em nosso organismo: medo paralisador, ansiedade generalizada, incapacidade de sentir, pesadelos, terror e pânico. O que diferencia porém, um indivíduo que passou pelo mesmo acontecimento, ter se traumatizado e o outro não? Que implicações podem ser geradas diante daquele que sofre um trauma e já trazia consigo sintomas de traumatização anteriores?


É preciso sair da condição da imobilidade, descarregando suas cargas e concluindo a resposta de luta ou fuga. Assim, os recursos que podem ser utilizados para a recuperação do trauma, encontram-se na própria constituição da pessoa. Para Levine, não é necessário escavar as memórias ou reviver o trauma para se libertar, já que a dor emocional poderá re-traumatizar o indivíduo. Para ele, o que precisamos fazer é explorar nossos recursos fisiológicos profundos e utilizá-los de maneira consciente.


Quando não somos capazes de fluir pelo trauma e completar suas respostas instintivas, tais ações incompletas irrompem em nossas vidas. Diz o autor: “Até que entendamos que os sintomas traumáticos são fisiológicos e psicológicos, seremos infelizes em nossas tentativas de curá-los. O cerne da questão está em ser capaz de reconhecer o trauma representa os instintos animais que foram distorcidos. Ao serem integrados, esses instintos podem ser usados pela mente consciente para transformar os sintomas traumáticos num estado de bem-estar”.


Cláudia Casavecchia

LEVINE, Peter. O despertar do tigre – curando o trauma. Summus, 1999.

 
 
 

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